sexta-feira, 1 de abril de 2011

De volta a não-casa



Estava decidida a mudar de rumo, mudar de vida,
viver meus sonhos ou simplesmente me livrar dos meus piores pesadelos.
De repente eu estava colocando até a blusa que eu menos gostava na minha bagagem.
Não pensei duas vezes, estava decidida, nenhuma lágrima poderia me comover naquele momento, mas comoveu...



Comover é um degrau a menos que mudar de idéia. E minhas idéias foram se tornando cada vez mais confusas, até que fui embora antes que me deixasse levar pelo sentimento
de culpa que fazia questão de atribuir sempre e somente a mim.
Antes de fechar as malas, fui atrás do meu porta-retrato preferido, como se a lembrança da minha vida fosse pouco pra martelar minha memória.
Jamais poderia esquecer do que construí e do que eu esperei que continuasse projetando.
No final, apenas risos, lágrimas e uma promessa:
Eu irei voltar!

Nathália Araújo.