segunda-feira, 21 de junho de 2010


Estava ali intacta!

Era como se cada música lenta soasse as suas mais temíveis lembranças
ou se cada palavra dita de forma negativa, ou até a palavra não dita,
descobrisse uma tristeza.

Via o lado melancólico em tudo
e ver o mar era o que entristecia mais ainda.

Aqueles planos, aquele futuro que havera prometido.
Aquela felicidade única, que ninguém vai conseguir substituir.
Tudo foi levado embora.

O sangue não era nada comparado aos sentimentos.
Era carinho, afeto, compreensão, amizade, amor.
Foi um amor que me completava e que me fazia não precisar mais de nada.
Eu tive tudo, eu fui feliz.
E hoje eu procuro me refugiar nas pessoas que me dão um terço do que eu já tive.

Procurei paixões, procurei canções, procurei palavras,
mas nada era suficiente para curar.

Hoje as únicas coisas que restam,
são as lições de moral, os princípios,
as lembranças dos puxões de orelha que eu levava,
as músicas que você cantava naquele tom grave e as cantigas de ninar que soavam perfeitamente aos meus ouvidos,
embora você desafinasse, esquecesse a letra e até a repetisse inúmeras vezes.

De apenas uma coisa eu tenho certeza...
Aquela pessoa que me ensinou o que é amor,
o que é respeito, dignidade e caráter,
para sempre estará dentro de mim.
Mesmo que eu viva 200 outras vidas, em 200 outros corpos, com outras famílias e com outras pessoas,
meu eterno bohemio estará para sempre em meu coração.


Nathália Araújo.

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