sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Desencontro



Era fim do crepúsculo,
quando outrora, um ruído incomodante e alto, estrondou: - Era o meu telefone!
Depois de alguns segundo eu desliguei e ao mesmo tempo corri para o banho.
De repente eu estava montada de coisas fúteis e clichês.
Por fora, cheia de cheiro e charme
e por dentro, uma leve esperança de que algo anormal pudesse acontecer.
Ao sair de casa, algo fazia a minha consciência pesar.
Eu continuei meu caminho, sem dar tanta importância.
Fui a um, dois, três lugares diferentes e para mim, tudo estava normal.
Aquelas pessoas, aquela mediocridade, aquela música,
tudo era perturbador.
Resolvi dar ouvidos a minha consciência e voltar para casa.
No meio do caminho ouvi um som distante. Era agravável!
Cheguei mais perto...
Estava em um lugar oposto a todos os que eu estive naquela noite.
E diante daquele lugar eu olhei para o céu e refleti o mesmo pensamento:
Aquelas pessoas, aquela mediocridade, aquela música,
tudo era incomodante.

Dessa vez eu não entendi.
As pessoas eram diferentes, o lugar era agradável,
a música era extremamente boa, era uma das quais eu mais costumava ouvir.
O que poderia estar errado?
Foi aí então que eu percebi que o problema era apenas eu.
O mundo girava e mudava e eu continuava ali, no mesmo canto.
Numa espera sem fim de não saber o que esperar.
Me dei conta de que faltavam algumas horas para amanhecer,
resolvi voltar para casa e ficar lá pela frente, na espera do sol.
Fazia tempo que eu não o olhava ao nascer,
e eu tinha, de todo o jeito, tentar sair do igual.


Nathália Araújo.

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